Entenda os riscos desse tipo de ferramenta e conheça soluções que garantem mais precisão e segurança
A chave de bater é uma ferramenta de montagem comum em indústrias de tubos de alta densidade, como a indústria de petróleo e gás, processamento e construção. São baratas, fáceis de transportar e exigem apenas força muscular para funcionar.
Não garantem, entretanto, que o aperto seja feito corretamente – o que pode trazer custos extras e outros transtornos a longo prazo.
POR QUE CHAVES DE BATER NÃO SÃO CONFIÁVEIS?
O torque aplicado com uma chave de bater depende apenas da força com que o usuário bate a chave com a marreta.
Para controlar o aperto é preciso acertar a chave com a mesma velocidade, sempre em um mesmo ponto da ferramenta – o tempo todo. É altamente improvável que um usuário possa controlar a velocidade do martelo com toda a precisão necessária.
Exemplo: considere que determinada junta precisa de um torque de 400 Nm. O Operador provavelmente aplicará uma batida de 5 m/s na primeira vez, e 9 m/s na segunda. Isso significa que o torque poderá ficar entre 300 e 540 Nm – uma margem de erro inaceitável em diversas aplicações.
QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DA IMPRECISÃO DE UMA CHAVE DE BATER?
1. Sobretorque e quebra da junta
Como não há certeza sobre o valor de torque aplicado, é comum que os Operadores apliquem uma força adicional no aperto, como forma de “garantir” a qualidade do serviço. Mas essa prática está longe de ser segura. Diante de um torque maior que o necessário, as juntas podem ser forçadas ao extremo e acabarem se quebrando.
2. Falhas e vazamentos
Os vazamentos de substâncias químicas têm sido uma das principais consequências da quebra de juntas das tubulações, ou falta de vedação devido ao torque insuficiente. Esses acidentes foram relatados como a principal causa de liberação de hidrocarbonetos na indústria offshore do Reino Unido.
Não apenas a perda de volume é inaceitável, mas o tempo que leva para reparar o vazamento também é considerável e pode resultar em longos períodos de inatividade. Outro problema é o perigo para a saúde da tripulação e o impacto negativo no meio ambiente.
3. Desacordo com regulamentações
De maneira geral, a indústria de óleo e gás não é obrigada a seguir normas específicas, mas as empresas costumam seguir instruções internas sobre como apertar as juntas. Como não há controle do torque, apertos feitos com chave de bater não atendem a nenhum padrão ou regulamento de segurança.
Existe, no entanto, uma Diretiva Europeia (2010/75/EU) que regula as emissões de poluentes das instalações industriais para, por exemplo, ar, água e terra – e o vazamento de juntas também entra nessa conta. Se a empresa não consegue atender aos requisitos, relações comerciais com a União Europeia podem ficar comprometidas.
4. Operações sem ergonomia e segurança
A operação com uma chave de bater geralmente é realizada por duas pessoas: uma delas bate com o martelo e a outra segura a chave.
Quem bate com o martelo está exposto a diversos tipos de lesão, devido ao peso da ferramenta e à empunhadura desconfortável. Já quem segura a chave pode facilmente ferir a mão com o martelo ou prender os dedos quando a chave se mover.
Também vale a pena mencionar que a chave de bater pode cair do parafuso e atingir o operador, ou danificar as áreas vizinhas. A ergonomia da ferramenta é praticamente nula.
ENTÃO, QUAL FERRAMENTA PODE SUBSTITUIR A CHAVE DE BATER COM PRECISÃO E SEGURANÇA?
As ferramentas pneumáticas de acionamento direto, eletrônicas ou hidráulicas, são as melhores opções para esse tipo de aplicação, pois mantêm a pressão do ar estável e reduzem as margens de erro do torque aplicado – no caso das ferramentas eletrônicas, a variação de torque é de 5%.
DICA Chaves de impacto e ferramentas de pulso geralmente não são precisas o suficiente, mas podem ser usadas para alguns apertos de primeira etapa e para parafusos menores que 1”.
COMO É FEITO O AJUSTE DE TORQUE DE APERTADEIRAS PNEUMÁTICAS?
As apertadeiras hidráulicas são pré-ajustadas para que se desliguem no nível de torque correto. É fácil definir diferentes torques ajustando o ar ou a pressão hidráulica. Isso pode ser feito em qualquer lugar, tornando a ferramenta adequada quando as aplicações variam ou quando o aperto é feito em etapas.
Já as apertadeiras eletrônicas são muito precisas, versáteis e fáceis de ajustar, medindo torque e ângulo com um transdutor de torque. Elas exigem um controlador para configurar a estratégia de aperto, que pode ser integrado à ferramenta ou fazer parte da unidade de acionamento.