O setor passa por um momento de transição, exigindo adaptação das fábricas para linhas de montagem mais flexíveis, com baixo custo
Qual o futuro da indústria automotiva? Os esforços governamentais para combater a mudança climática em todo o mundo e um mercado consumidor cada vez mais exigente devem transformar o modelo de negócio das montadoras nos próximos anos.A expectativa é de avanço na produção de carros customizados: o cliente poderá escolher todos os elementos que compõem o veículo desejado, não mais apenas itens periféricos. Será possível contar com várias opções de motor, por exemplo: além dos tradicionais à combustão, haverá versões híbridas, elétricas e com célula de combustível. O consumidor também poderá escolher entre diversos materiais, mais pesados ou mais leves, conforme a necessidade. Essa realidade traz uma série de desafios às montadoras, que deverão repensar toda a distribuição de plantas produtivas e estrutura das linhas de montagem. Vamos entender essa nova dinâmica.
AS FÁBRICAS DEVERÃO SER MAIS FLEXÍVEIS
A indústria automotiva do futuro deve investir em fábricas mais flexíveis, com a capacidade de alterar ou ajustar rapidamente as linhas de produção para atender às demandas de customização. Flávio Malaman, Diretor de Negócios da Atlas Copco, destaca que, para obterem flexibilidade, os equipamentos devem ser otimizados para mudanças conforme os princípios da Indústria 4.0, que prevê processos de montagem conectados de forma inteligente.
“Com isso as demandas por qualidade, produtividade e manutenção, que atualmente são gerenciadas nas empresas por departamentos independentes, serão integradas em uma única estratégia, graças aos avanços da tecnologia que nos permite trabalhar nas interdependências e consolidações dos processos produtivos.”
explica Flávio.
Ele destaca como exemplo os processos de controle e gestão das ferramentas da linha de produção.
“A linha de montagem conectada consegue garantir uma otimização dos tempos, rastreabilidade dos processos e contenções contra possíveis falhas e desvios, bem como indicar o melhor momento de manutenção e calibração das ferramentas. Na Atlas Copco chamamos esse conceito de Smart Connected Assembly.”
O grande segredo dessa nova realidade é o investimento em tecnologias capazes de garantir um custo competitivo em modelos customizados e sustentáveis, subvertendo a lógica atual da produção em massa.
AS FÁBRICAS DEVERÃO SER MENORES E LOCALIZADAS EM MERCADOS ESTRATÉGICOS
Com a mudança da lógica de produção em massa, não haverá mais espaço para grandes plantas que demandam um elevado custo logístico de distribuição e estoque. As fábricas tendem a produzir volumes menores, devido à proliferação exponencial de modelos e acessórios, além do aumento de complexidade em função da automatização e eletrificação. A expectativa é que elas fiquem localizadas em regiões com mercados consumidores estratégicos, para atenderem às demandas locais de forma mais eficiente.
É PRECISO REDUZIR O PESO DOS VEÍCULOS
Quanto mais pesado um carro, mais combustível ele consome. Por isso, em carros tradicionais, esse é um fator-chave para reduzir as emissões de CO2.
Já nos modelos elétricos, o peso das baterias é considerável, comprometendo sua autonomia. Assim, há também um grande incentivo para encontrar maneiras de torná-los mais leves.
Essa necessidade estimula o uso de materiais leves, como alumínio, compósitos de fibra de carbono e aço de alto grau — o que também exige diferentes processos de montagem, bem como novos equipamentos e soluções.
A fábrica do futuro deve se preparar para esse cenário, incorporando cada vez mais essas tecnologias como opção aos modelos tradicionais.
TÉCNICAS INOVADORAS DE JUNÇÃO SERÃO CADA VEZ MAIS NECESSÁRIAS
Nesse cenário, um dos focos de negócio da Atlas Copco é o desenvolvimento de novos métodos de junção, como tecnologias de colagem adesiva e rebites de menor diâmetro para unir larguras de flange mais estreitas.
A ascensão dos motores elétricos também cria necessidades de junção conectadas à fabricação e montagem de baterias. Por serem itens críticos de segurança, elas exigem tecnologias de junção mais inteligentes e seguras, com controle total de qualidade e rastreabilidade.
“Estamos familiarizados com esses processos de montagem, conhecemos as melhores práticas e podemos fornecer ao cliente todo esse conhecimento em sua produção”
, destaca Malaman.
Ele reforça ainda a importância de atuar com rapidez e ajustar o setor de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa às tendências de mudança.
“Somos um fornecedor único dentro das tecnologias de união e fixação, temos uma incrível experiência e conhecimento nesta área. Podemos apoiar os clientes até mesmo em seus próprios processos internos de pesquisa e desenvolvimento para que estejam alinhados ao futuro da indústria automotiva”