Veja como nossa equipe de serviços aprimorou a estratégia de aperto desse cliente após uma falha inesperada, minimizando riscos de recall e retrabalho
Imagine se todos os defeitos apresentados no período de garantia dos carros fossem consequências do desgaste natural ou de ocorrências imprevisíveis? O mundo seria perfeito para os gestores de produção. A realidade AINDA não é bem assim, mas felizmente existe a otimização de processos para reduzir bastante as dores de cabeça.
Um cliente da nossa área de serviços, por exemplo, teve que recorrer aos nossos especialistas para detectar e corrigir uma falha que passou batida no controle de qualidade.
Ela acabou sendo descoberta da pior forma possível: o carro de determinado modelo parou de funcionar “do nada” e o dono foi parar em uma concessionária autorizada bastante insatisfeito. Afinal, ninguém espera esse tipo de transtorno quando compra um carro zero.
Qual foi a falha detectada?
Nossa análise preliminar detectou que a bateria do carro estava sem carga: o chicote do alternador com fixação frouxa provocou derretimento da PDU (Unidade de Distribuição de Energia). O próximo passo seria rastrear as causas dessa falha de aperto.
Assim, uma busca nos arquivos de dados de aperto do lote em questão mostrou que a porca do parafuso estava sendo travada antes do término do fechamento do pacote de aperto.
Isso acontecia porque o ajuste de ângulo de aproximação se mostrava insuficiente para detectar o problema e indicar a reprovação do aperto no momento certo. Logo, a estratégia de aperto deveria ser revista. E a grande questão era por onde começar!
A decisão mais acertada, sem dúvida, foi ter deixado uma tarefa como essa sob responsabilidade de experts no assunto.
Nossa equipe de serviços entrou em ação
Como especialistas em técnicas de parafusamento, oferecemos soluções de consultoria desde o projeto até a produção em massa. Sabendo disso, a montadora contratou nosso serviço de otimização.
De forma geral, a otimização de processos de aperto não só corrige falhas: ele aumenta a qualidade da junta e o rendimento da produção, diminuindo custos de garantia, retrabalho e recall com a configuração à prova de erros.
Encontramos, então, a melhor configuração de parâmetros para virar esse jogo!
A otimização de processos na prática
ESTRATÉGIA DE APERTO ANTES
Em geral, o controlador de ângulo inicia a partir de 0 Nm. Mesmo o parafuso não entrando na rosca da porca no primeiro momento, no entanto, a leitura da aproximação já se iniciava. O sistema entendia que a aproximação já havia começado e liberava o aperto como OK.
ESTRATÉGIA DE APERTO DEPOIS
Programamos o início da leitura de ângulo em 1 Nm, em vez de 0. Assim, conseguimos assegurar que o controle do ângulo de aproximação iniciasse sempre do mesmo ponto de partida.
Depois, ajustamos a janela de ângulo de aproximação para que ela apontasse o erro sempre que o pacote de aperto da fixação não fosse fechado.
Os testes comprovaram que a nova estratégia de aperto era a mais acertada!
Realizamos um teste prático para validar a alteração na estratégia de aperto e confirmar se a apertadeira reprovaria o aperto caso não houvesse o fechamento do pacote.
Para simular uma possível condição de erro, usamos uma arruela entre a porca de fixação e o cabo da bateria. Quando tentamos realizar a fixação com esse “obstáculo”, a máquina reprovou o aperto, como era esperado, pois o resultado do ângulo de aproximação foi menor do que o valor impostado na máquina.
Sendo assim, o resultado do teste foi POSITIVO.
Resumindo: às vezes, a solução é bastante simples. Mas só quem tem o olhar treinado será capaz de reconhecê-la. Por isso, nossas equipes estão presentes nas maiores montadoras de todo o mundo, muitas vezes full time, para garantir a melhoria contínua na prática.