"Líderes que Inspiram": Carlos Maia, VP da Holding Atlas Copco
Sem medo de desafios, Carlos Maia uniu a engenharia com gestão de pessoas para trilhar seu caminho profissional no Grupo Atlas Copco
Na série de entrevistas "Líderes que Inspiram", vamos compartilhar trajetórias, influências, motivações e os desafios da liderança do Grupo Atlas Copco no Brasil.
E hoje quem relata sua trajetória por aqui é Carlos Maia, VP da Holding Atlas Copco para América Latina. Desde a juventude, ele vislumbrava uma carreira profissional de sucesso. E cada desafio que encontrava em seu caminho, transformava em uma oportunidade para aprender, fazer acontecer e dar mais um passo em direção às suas metas.
Confira esta história com detalhes na entrevista. Boas inspirações!
Vamos começar falando um pouco sobre sua história anterior à trajetória profissional. Conte-nos um pouco sobre suas origens, inspirações e motivações em sua infância e adolescência.
Sou nascido e criado em Santos (SP). Meus tios eram engenheiros e eu achava a profissão que eles tinham muito mais interessante do que outras opções que fui conhecendo na fase de pré-adolescência à juventude. Com o tempo, também fui entendendo que precisaria sair de Santos se quisesse expandir minhas opções profissionais, então na hora de decidir por uma faculdade, escolhi estudar Engenharia Civil, na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
Como foi seu processo de desenvolvimento profissional? Do primeiro pensamento sobre o que você queria fazer até chegar ao Grupo Atlas Copco?
Aqui vou começar contando um fato engraçado sobre meu período de faculdade. Naquele momento, eu descobri que a engenharia, que teve tanta influência na minha vida por meio de meus tios, não foi o que mais me interessou no curso. O que mais me atraiu foi o olhar da Poli em formar não só engenheiros, mas pessoas que sabem lidar com problemas e encontrar soluções para eles.
Isso me fez perceber que eu gostava de gerir pessoas, de liderar um time na busca por soluções de desafios. Essa foi a principal meta profissional que segui, então.
Certo dia, um amigo comentou sobre uma oportunidade na Atlas Copco. Fui chamado para uma entrevista e, na sequência, convidado para coordenar um projeto. A empresa tinha boa reputação e a proposta financeira era boa, então tudo fazia sentido para mim e para os meus planos.
Comecei a gostar da cultura da empresa e fiquei muito interessado pelo negócio quando fui conhecendo mais de perto. Poucos meses depois que fui contratado, veio uma notícia não muito boa: o projeto foi cancelado e, com isso, minha vaga ali também seria suspensa.
Ao saber dessa situação, fui falar com o VP na época para agradecer a oportunidade e me despedir. Foi uma boa conversa, e ele deixou as portas abertas para outras oportunidades que pudessem surgir. Algumas semanas depois essa oportunidade apareceu, e comecei a trabalhar como Gerente de Produto de Compressores Estacionários Lubrificados.
Quais marcos e lembranças especiais você tem de sua trajetória no Grupo?
Desde o começo, minha história com o Grupo é cheia de desafios, capacitações, aprendizados, troca de experiências e muito crescimento pessoal e profissional.
Cerca de dois anos depois que comecei como Gerente de Produto, virei BLM de Oil Free. Quando o Grupo passou a ser dividido em áreas de negócios, por volta de 1992, fui convidado para ser Gerente da Área de Tools (como era chamada na época a Industrial Technique). O desafio era colocar o negócio na direção correta de forma a termos estabilidade, lucratividade e condições para crescimento. Alinhar a estratégia local à global era absolutamente fundamental. Encontrei neste desafio uma oportunidade de crescer junto, e aceitei.
Foi um momento muito tenso e desafiador, mas hoje olho para trás e sinto orgulho dessa história. Em poucos anos conseguimos trazer para o país um produto absolutamente inovador na época e que transformou o mercado de uma forma muito profunda, e que dura até hoje. Foi a substituição de ferramentas pneumáticas por ferramentas elétrico-eletrônicas com eletrônica embarcada cada vez mais sofisticada.
Isso começou em 1994, 1995 e transformou completamente a Atlas Copco Tools de ser apenas mais um fornecedor de ferramentas pneumáticas, para ser o grande fornecedor de ferramentas eletrônicas do mercado. Isso abriu portas e transformou o negócio.
Outro momento importante foi quando o Grupo começou a ver de forma intensa o conceito de multimarcas. O Brasil foi o país escolhido como um piloto para iniciar esse processo na América do Sul e eu estive à frente desse projeto. Manter uma competição justa e saudável entre marcas de um mesmo Grupo foi um desafio que me trouxe muito aprendizado, e o sucesso nesse processo ajudou muito nos meus próximos passos profissionais na empresa.
Em 2014, fui nomeado Chairman do Board da Atlas Copco Industrial Technique América do Sul, quando aprendi a entender, respeitar e trabalhar com diferentes culturas. Isso foi um aprendizado que contribuiu para que, mais tarde em 2021, eu fosse escolhido para assumir a Vice-Presidência da Holding Atlas Copco para América Latina.
Desde o início desse processo seletivo passei a conhecer mais sobre como funciona e quais são os desafios de uma Holding. Logo senti que estavam alinhados com minhas perspectivas profissionais, o que me entusiasma com esta missão.
Tendo uma posição de liderança em uma empresa da área industrial, pode nos contar um pouco de sua visão sobre as perspectivas desse mercado e o que isso oferece como oportunidade para o Grupo?
As perspectivas desse mercado sempre são incertas quando tratamos da América Latina, devido às instabilidades políticas e econômicas da região.
Por outro lado, o Grupo Atlas Copco possui uma diversidade de soluções que nos permite oferecer produtos e serviços para qualquer segmento possível de mercado, independentemente das macrotendências econômicas. Isso tem resultado em um forte crescimento de dois dígitos na América Latina. Nossa grande presença na região e a capacitação de nossos Times nos permitem oferecer soluções eficazes e sustentáveis para um enorme número de clientes. Dessa forma, temos certeza de que há muitas oportunidades para o Grupo na região, mesmo diante das incertezas econômicas e políticas.
De que forma os temas prioritários de eficiência energética e redução de CO2 se relacionam com o dia a dia de sua área? Como isso se apresenta como diferencial estratégico da Atlas Copco e como se traduz, na prática, para a sua equipe, clientes e para a sociedade?
Os temas prioritários de eficiência energética e redução de CO2 são extremamente relevantes para a nossa área. O Grupo tem uma longa tradição de desenvolver produtos eficiente energeticamente. Ao longo do tempo, isso se tornou um diferencial estratégico para nós. Desenvolvemos produtos com a melhor eficiência energética em relação aos nossos concorrentes, o que nos garante uma vantagem competitiva.
Nos últimos anos, houve uma mudança significativa na forma como lidamos com a sustentabilidade, passamos a agir de forma mais efetiva, com metas claras e a tomada de ações rápidas e constantes para alcançá-las. Isso inclui o uso de energia renovável em nossas plantas ao redor do mundo e uma política clara para priorizar o uso de transportes mais sustentáveis.
Além disso, estamos investindo muito para tornar nossos produtos ainda mais sustentáveis e atingir as metas que estabelecemos para 2030.
Tudo isso se traduz em um compromisso com a nossa equipe, clientes e com a sociedade em geral, para que possamos construir um futuro mais sustentável e responsável. Estamos orgulhosos do nosso progresso e continuaremos trabalhando para manter essa postura em relação à sustentabilidade.
Qual a sua visão sobre o seu papel e o dos líderes de sua equipe junto aos colaboradores que compõem esse time?
Acredito que o meu papel e o dos líderes da minha equipe são fundamentais para o sucesso da empresa. Sem pessoas, nenhuma empresa pode prosperar, e o líder é como um maestro que coordena toda a equipe.
Por isso, é importante estar sempre disponível para ouvir ativamente, entender os desafios e dar suporte sempre que necessário. Além disso, o líder deve ser um exemplo para suas equipes e um divulgador dos valores da empresa.
Quando a liderança está engajada e presente, isso se reflete na qualidade do trabalho e na satisfação dos colaboradores, o que se traduz em sucesso para a empresa como um todo.
Quem é Carlos Maia fora do Grupo Atlas Copco? Pode compartilhar uma curiosidade sobre sua vida pessoal conosco?
Sou apaixonado por esportes e natureza. Sempre pratiquei algumas modalidades, como enduro equestre, corrida e trekking. Além disso, me considero um indivíduo curioso e com mente aberta, sempre em busca de aprender coisas novas e ter conversas enriquecedoras com amigos e conhecidos. Tenho particular interesse por filosofia e história. A leitura é um velho hábito que se tornou, ao longo da vida, uma ótima companheira.
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