De olho no futuro: 4 desafios da indústria aeroespacial
Transformação digital das linhas de montagem será imprescindível para atender à crescente demanda do mercado de forma eficiente
Desde os anos de 1970, a produção global da indústria aeroespacial dobra a cada década: só de 2000 até 2018, houve um aumento de 70 para 150 novas aeronaves por mês. Espera-se que esse crescimento continue no mesmo ritmo ou até mais rápido, exigindo que a produtividade aumente de forma eficiente e sustentável.
Algumas projeções sobre este futuro tão próximo dão a dimensão desse desafio:
HAVERÁ 93 MEGACIDADES ATÉ 2035
A classe média global está crescendo e nossas áreas urbanas estão se expandindo rapidamente. Estima-se que o número de megacidades (com mais de 10 milhões de pessoas) aumentará de 55 para 93 até 2035.
Nesse contexto, mais do que um desejo, o transporte aéreo será uma necessidade: as passagens tendem a se tornar mais acessíveis e a demanda certamente aumentará.
DEMANDA DE 35 MIL AERONAVES EM 2035
A quantidade de aeronaves no céu será o dobro em 15 ou 20 anos — algo em torno de 40 mil em operação. Além disso, 75% das aeronaves existentes precisam ser substituídas.
Consequentemente, a indústria aeroespacial precisará se organizar para produzir pelo menos 35 mil novas aeronaves até 2035.
O cenário define alguns desafios importantes nos próximos anos: é preciso fazer parte, definitivamente, da Indústria 4.0. Vamos entender como esse conceito pode ajudar o setor a atingir seus objetivos.
1.PRODUTIVIDADE SUSTENTÁVEL
A indústria aeroespacial precisa reduzir suas emissões de CO2 em 50% nos próximos 30 anos.
Isso pode ser feito por meio da produção de aeronaves mais eficientes, mas os fabricantes também precisarão melhorar os métodos de produção e usar ferramentas mais inteligentes.
2.MANTER E MELHORAR OS PADRÕES DE ALTA QUALIDADE
A questão principal é produzir mais rápido sem comprometer o nível de qualidade. Com todos os novos materiais, mais leves e econômicos, há também um processo de montagem diferente, que exige novas competências.
Para garantir os padrões de segurança necessários, sistemas automatizados poderão guiar operadores durante todo o processo de montagem. Ao reduzir o hardware e melhorar os recursos visuais, os dados podem ganhar vida de maneira útil e intuitiva.
3.GESTÃO DE DADOS PARA A REDUÇÃO DE ERROS E CUSTOS
Todo gerente de fábrica ou especialista em montagem de aeronaves conhece os prejuízos associados a erros humanos.
Danos ou falhas em uma única peça pode ter um alto custo, e cada reparo reduz significativamente o valor de mercado da aeronave. Isso sem contar os custos de atrasos na linha de produção e multas por atrasos na entrega para o cliente.
Um dos benefícios da Indústria 4.0 é a produção mais alta e com menos erros.
A transparência e a análise de dados em tempo real podem ajudar significativamente a reduzir esses custos. Ferramentas de montagem conectadas e inteligentes oferecem feedback imediato de cada operação, garantindo melhor controle de todo o processo produtivo.
4.LINHAS DE MONTAGEM FLEXÍVEIS PARA ATENDER NOVOS MERCADOS
Não é apenas a produção tradicional de aviões que pode se intensificar nos próximos anos. Juntamente com as megacidades mencionadas anteriormente, a tendência é o surgimento de uma demanda crescente por veículos menores de voo urbano.
Além disso, a demanda por mais satélites espaciais também aumentará a pressão sobre a indústria aeroespacial.
E é aí que as ferramentas inteligentes conectadas podem fazer uma enorme diferença.
Elas permitem a criação de linhas de montagem mais flexíveis, capazes de atender ao mix de produtos em um único processo de manufatura. O sistema e a inclusão podem ser reconfigurados conforme a necessidade, sem intervenção humana e alteração de custo.