Métodos de medição de torque residual são fundamentais para um controle de qualidade eficiente em apertos críticos
Juntas parafusadas estão sempre sujeitas ao efeito de relaxamento, que pode ocasionar um torque residual (ou seja, um torque final que restou na junta) muito diferente do valor de torque aplicado no processo de montagem.
Por isso, a inspeção sistemática é fundamental para garantir que os itens produzidos estejam em conformidade com as especificações de projeto. Vamos entender como esse fenômeno acontece e como é possível garantir a qualidade do aperto no final do processo de montagem.
COMO E POR QUE OCORRE O RELAXAMENTO DE JUNTAS?
Em um processo de aperto, as juntas envolvidas tendem a sofrer variações que as relaxam, diminuindo a tensão do torque inicial. Após um curto tempo (menos de 30 milissegundos), é reduzida a força de união necessária para mantê-las firmes o suficiente.
Esse efeito é mais acentuado em juntas com componentes de materiais mais maleáveis, como plástico e borracha. As causas do efeito de relaxamento podem ser diversas:
- Variações ambientais, como umidade e mudanças bruscas de temperatura.
- Deformação plástica da superfície de assentamento e filetes da contrapeça;
- Vibrações transversais sobre as juntas.
- Encravamentos (quando o sobretorque altera o comprimento do parafuso e gera perda de pré-carga).
Assim, em uma linha de montagem de automóveis, por exemplo, partes do carro que exigem apertos críticos, como coxim de motor, cabines, painéis e bancos, podem ficar comprometidos. A inspeção de qualidade ao final da linha de montagem precisa ser bastante rigorosa, com instrumentos de medição adequados para verificação e correção do torque residual.
COMO MEDIR O TORQUE RESIDUAL?
O controle de qualidade ao final da linha de montagem deve ser realizado com o uso de torquímetros capazes de medir o torque residual. Assim, o operador poderá realizar as correções necessárias, de modo que o aperto final atenda às especificações de montagem. Esse método de medição é estático, ou seja: só pode ser realizado após o aperto ter sido concluído.
Muitas vezes, esse tipo de inspeção é realizado com torquímetros mecânicos, que não são capazes de fazer a leitura do torque residual e também não são recomendados. Os resultados são mais precisos em torquímetros eletrônicos projetados com um algoritmo capaz de identificar o ponto certo na curva de aperto que indica o torque residual. Para atender a essa necessidade, torquímetro eletrônico STWrench, da Atlas Copco é o mais completo no mercado.
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Levi Sato
Especialista de Produto