A Conexão 5G chegou ao Brasil. O que isso muda na indústria?

Foi fácil esquecer aquele barulhinho da internet discada. A conexão móvel evoluiu em tempo recorde junto com os dispositivos, transformou nossas fábricas e tomou conta das nossas vidas de um jeito que nem dá para lembrar mais como era o mundo antes dela. E agora estamos a um passo da mais significativa revolução até aqui: a conexão 5G.

Estamos falando da quinta geração da tecnologia para redes móveis e de banda larga, que, entre outras coisas, permite maior quantidade de dispositivos interconectados, com muito mais velocidade. E ela finalmente chegou ao Brasil.

Após uma longa espera, em 2021 foi realizado o leilão que atribuiu faixas de operação 5G nas regiões brasileiras para operadoras do mercado nacional. A novidade vai acelerar a transição das fábricas para os mais altos padrões da Indústria 4.0 e se tornar um diferencial competitivo importante nos próximos anos.

A seguir, dá uma olhada nas perspectivas de como será esse impacto na prática!

O 5G é um novo protocolo de conectividade que representa o desenvolvimento de uma nova forma de comunicações móveis. Ela se concentra não só na conectividade digital das pessoas, mas também nas comunicações entre sensores, dispositivos e máquinas, tornando realidade a tão famosa Internet das Coisas (IoT).

Por Internet das Coisas (IoT) entenda-se a capacidade de os objetos reunirem e transmitirem dados pela internet. Para a indústria, isso significa coletar e processar dados rapidamente, otimizando todos os processos sem a necessidade de conexões cabeadas. 

Com taxas máximas de transferência de dados de 20 Gbit/s, a conexão 5G é até 20 vezes mais rápida do que a conhecida 4G, e pode transmitir dados com uma latência extremamente baixa (basicamente, sem demora). 

Redes privadas serão um grande diferencial na quinta geração de conexões. São elas que permitirão a evolução da IoT, com protocolos de segurança e padronização na transferência de dados.

A partir daí, não há limites para o que pode ser feito.

A nova norma de comunicação é um pré-requisito essencial para a fábrica inteligente do futuro, tornando-se um elemento-chave para a automatização de dispositivos conectados, capaz de racionalizar e melhorar o trabalho na produção e logística, com diversas vantagens operacionais.

Passar da produção em massa para a customização em massa é um destino inevitável para a indústria moderna. A flexibilidade é palavra de ordem porque as linhas de montagem precisam fabricar uma quantidade cada vez maior de modelos diferentes com muitas variantes.

Para facilitar essa transição de parâmetros, a conexão 5G vai permitir rebalancear toda a linha de produção muito mais rápido, uma vez que não haverá necessidade da mesma quantidade de cabeamento para comunicação, economizando muito tempo e dinheiro.

Com a conexão 5G as fábricas poderão desbloquear eficiências operacionais antes dificultadas pela conexão Wi-Fi, sem o custo de refazer todo o cabeamento de rede.

Ao combinar dispositivos ligados à internet de alta velocidade com aplicações de automação ativadas por inteligência artificial, de forma manual ou remota, as vantagens atingem da linha de produção ao transporte, com diferentes sistemas  trocando dados entre si a todo o instante e se ajustando de acordo com o fluxo desses dados.

Um novo protocolo de conectividade permitirá maior segurança no tratamento de dados, já que as conexões 5G podem processar-se por uma frequência específica, diferente da conexão pública de dados.

Com a nova norma de comunicações móveis, haverá bases para adotar a realidade aumentada em diversas situações operacionais.

Por exemplo: os colaboradores poderão utilizar óculos de realidade conectados via 5G para exibir informações de equipamentos industriais em tempo real, permitindo-lhes monitorar, realizar manutenções e atualizações com eficiência. 

As unidades e os sensores de controle de instalações, máquinas e processos ao longo das cadeias logísticas podem compartilhar informações em tempo real, permitindo diagnósticos prematuros de falhas, abrindo espaço para a possibilidade de se realizar a manutenção remota.

Com mais velocidade e menos latência, a quinta geração de conexões sem fio permitirá maior eficiência e praticidade para a implementação definitiva do já conhecido “Cloud Computing”.

A vantagem competitiva e em custos está na menor demanda por espaço físico em HDs para armazenamento de informações e ampliação de acesso ao ambiente de TI.

Traduzindo, equipamentos podem trocar informações entre si ou com seu operador remoto e os dados gerados pelas interações podem estar armazenados remotamente e serem acessados de forma quase instantânea.

O cronograma de implantação prevê que a novidade deve estar disponível nas capitais brasileiras até julho de 2022 e nas cidades pequenas de até 30 mil habitantes até julho de 2029.

Vale lembrar que os dispositivos utilizados nas linhas de produção precisarão ser substituídos por tecnologias atualizadas, assim como os smartphones atuais que operam apenas na conexão 4G.

Por isso, as indústrias que pretendem manter competitividade devem sair na frente e planejar sua adaptação à nova realidade, que está mais próxima do que nunca.

A Atlas Copco tem liderado o desenvolvimento de ferramentas conectadas a diferentes softwares para coletar e rastrear dados para minimizar erros e otimizar a produção. E, é claro, você poderá continuar contando com esse pioneirismo para o novo cenário que se aproxima.

Estamos atentos ao movimento e desenvolvendo equipamentos e soluções para este novo cenário, além de implantar uma rede 5G piloto na Bélgica para inspirar a transformação em todo o mundo. Veja mais detalhes no vídeo:

Paulo Vieira
Especialista de Produto