O compressor Atlas Copco que fez história no mundo da escalada
Cesare Maestri superou barreiras e escalou o Cerro Torre, na Patagônia, com o apoio de um compressor Atlas Copco
As utilidades de um compressor de ar Atlas Copco são muitas e diversas. Seja para encher um pneu de bicicleta ou acionar máquinas em processos produtivos, certamente você já deve ter tido contato ou ouvido falar sobre essa ferramenta e sua importância em nosso dia a dia.
O que você provavelmente não imagina é que suas utilidades podem ir muito além do que estamos habituados. Você sabia, por exemplo, que um compressor de ar acoplado a uma furadeira ajudou o famoso montanhista Cesare Maestri a superar barreiras até então tidas como impossíveis?
Vem conhecer esta história de superação que faz parte da trajetória do nosso Grupo!
O desafio de Cesare Maestri
Cesare Maestri nasceu em Trento, na Itália, em 1929. Sua adolescência foi marcada pela fuga de sua cidade natal após a ocupação alemã no norte do país. Na época, seu pai, Toni Maestri, foi condenado à morte por atividades consideradas "antiaustríacas".
Marcado pelos acontecimentos traumáticos em sua vida, Cesare encontrou na escalada uma maneira de canalizar o estresse decorrente de suas experiências causadas pela guerra. Seu entusiasmo com o esporte foi tão grande que o fez deixar de lado a carreira de escritor para se dedicar exclusivamente ao montanhismo onde se tornou um nome de grande reputação.
Seu maior desafio, no entanto, ainda estava por vir: escalar o Cerro Torre.
Cerro Torre: a montanha e o compressor
O Cerro Torre é uma das montanhas mais espetaculares dos campos de gelo do sul da Patagônia, na América do Sul, considerada impossível de ser escalada pelos maiores montanhistas da época, durante muitos anos, mesmo após o cume de várias montanhas de 8 mil metros terem sido atingidos. Foi esta montanha que fez Cesare Maestro provar que as utilidades de um compressor vão muito além dos usos convencionais.
O Cerro Torre tem mais de 3 mil metros de altura. Devido a suas paredes verticais de granito e o tempo instável da região, ele foi considerado impossível de ser escalado pelos maiores escaladores do mundo. Mas impossível parece ser uma palavra que não constava no dicionário de Cesare.
O compressor de ar que mudou o rumo dessa história
Cesare teve sua honra questionada após sua primeira tentativa de escalar o Cerro Torre, em 1959.
Além de não conseguir documentar o feito, a falta de evidências objetivas gerou questionamentos e críticas sobre se Cesare teria realmente atingido o cume.
Isso colocou sua credibilidade em cheque, mas ele não desistiu de escalar uma das paredes mais difíceis e exigentes do mundo até o topo.
O detalhe que mudou o rumo dessa história foi quando a Atlas Copco decidiu patrocinar a façanha. A empresa mostrou que as utilidades de um compressor de ar são diversas e equipou o montanhista com um desses acoplado a uma furadeira.
O plano era costurar uma escada de fixadores de mais de 400 metros para simplificar a subida. De acordo com Cesare, isso tornaria a via mais segura e com predominância de escalada em rocha.
O desafio foi grande e o feito durou quase um ano para ser conquistado, pois a expedição precisou ser interrompida durante o inverno por questões de segurança, retornando no verão.
Dessa vez, a conquista da via foi registrada. Além de fotos, Cesare deixou o compressor pendurado na parede próximo ao final da rota. Cada escalador que passou por lá após ele ter aberto a via retirava um pedaço do equipamento como lembrança. E assim o local passou a ser conhecido como a "Via do compressor".
O fim da linha
Entre os praticantes de montanhismo e da escalada, a Via do Compressor foi motivo de polêmicas: muitos alegaram que a conquista de Maestri foi injusta, utilizando ferramentas pesadas que interferiram de forma direta nas características naturais das rochas do Cerro Torre. Por outro lado, outros consideram essa façanha parte importante da história da região e da escalada, já que, antes dele, ninguém havia chegado até o famoso topo.
Para esquentar ainda mais a história, em 2012 os montanhistas Jason Kruk e Hayden Kennedy chegaram ao cume por vias consideradas "naturais", sem a ajuda dos fixadores da Via do Compressor.
Aliás, eles não só não usaram os famosos fixadores, como aproveitaram para retirar a grande maioria deles, encerrando a possibilidade de que algum escalador voltasse a realizar o trajeto de Maestri o que gerou inúmeras críticas da comunidade de montanhistas da Patagônia.