Mulheres na Engenharia: conheça a história de Cátia e Viviane, duas engenheiras que encontraram no Grupo Atlas Copco uma cultura verdadeiramente inclusiva.
Conheça a história de Cátia e Viviane, duas engenheiras que venceram muitas barreiras até chegar ao Grupo Atlas Copco e encontrar uma cultura realmente inclusiva
Afinal, qual é a representação atual das mulheres na Engenharia? No Brasil, os dados de 2021 do Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia) mostram que apenas 19% dos profissionais ativos no sistema são do sexo feminino. A diferença já foi maior – e isso significa que as mulheres estão interessando-se cada vez mais pela profissão.
No entanto, como o setor é tradicionalmente dominado por homens, a entrada delas no mercado de trabalho ainda enfrenta resistência. Até chegarem à Atlas Copco, algumas colaboradoras do Grupo relatam terem passado por diversos obstáculos, mas é unânime que esses desafios as tornaram profissionais muito melhores.
A melhor resposta para o preconceito: competência e persistência.
A Consultora Técnica Viviane Nascimento terminou em 2020 a faculdade de Engenharia Eletrônica com ênfase em Automação Industrial. Havia apenas quatro mulheres na turma e nenhuma professora como referência. Ela conta que as piadinhas eram constantes.
“Meus colegas brincavam sempre: ‘não aguenta, vai estudar Moda’. Também era comum ouvir que nós não seríamos capazes de executar algumas práticas da profissão. Isso nunca me intimidou porque eu sabia exatamente o que queria e nada me faria desistir”, conta Viviane.
Sua paixão pela Engenharia começou ainda na infância, quando visitava seu pai no trabalho e ficava encantada com as máquinas da fábrica. Já aos 14 anos fez seu primeiro curso técnico em elétrica, seguido de vários outros até a faculdade. Nessa trajetória, aprendeu a superar os preconceitos mostrando resultados.
“Sempre fui boa aluna e tirava ótimas notas, para ninguém ter o que falar. As mulheres na Engenharia precisam trabalhar muito mais para provar que são capazes, o que eu acho ótimo, pois isso me fortaleceu muito. O segredo está na persistência”, aconselha Viviane.
A Engenheira de Produto Cátia Souza formou-se em Engenharia Química em 2007 e desenvolveu a mesma mentalidade. “Você fica muito mais resistente, pois precisa provar o tempo todo que consegue. Nesse caminho eu entendi que errar faz parte, corrigir também, o importante é persistir no que gostamos de fazer”, alerta Cátia.
Dificuldades para entrar no mercado de trabalho.
Mas chegar até aqui não foi tão simples. Tanto Viviane quanto Cátia relatam dificuldades para conseguir estágio ou uma vaga de emprego nos primeiros anos da profissão.
“Quando procurei estágio, passei por várias entrevistas que não foram muito agradáveis. Em alguns casos, a preferência por currículos de homens era explícita. Uma vez, cheguei à etapa final da seleção com mais cinco candidatos e o recrutador perguntou se eu, sendo mulher, aguentaria o trabalho”, diz Cátia.
Apenas no quarto ano ela conseguiu uma oportunidade, mas foi no setor de Vendas, cujo trabalho não demandava tanto conhecimento técnico quanto ela gostaria.
Já Viviane conta que, mesmo quando conseguiu uma vaga, se sentiu estagnada na carreira. “Sempre que havia um processo seletivo interno, preferiam contratar pessoas de fora a me promover. E os homens sempre ocupavam as vagas que me interessavam, para as quais eu tinha certeza que estava apta”, recorda.
Um novo começo no Grupo Atlas Copco.
Ao chegar ao Grupo Atlas Copco, Cátia e Viviane conheceram outra realidade, com muito mais mulheres na Engenharia. Viviane, inclusive, foi treinada por uma mulher e afirma ter se surpreendido com o apoio e o respeito dos colegas de equipe.
“Tudo foi diferente, pois a cultura normaliza a presença de Engenheiras na área técnica. A própria BLM (Business Line Manager) é uma mulher e sempre diz que deseja ampliar ainda mais a participação feminina na equipe”, destaca Viviane, que entrou no Grupo em novembro de 2021.
Para ela, essas referências a motivam a continuar estudando e se desenvolvendo cada vez mais. “Hoje sei que, aqui, estando qualificada não terei obstáculos para crescer. Muito pelo contrário: a empresa dá suporte a esse desenvolvimento”, avalia.
Cátia já está vivendo essa realidade na prática. Após um ano como Administradora de Contratos, recentemente foi promovida Engenheira de Produto, mesmo sem formação específica em mecânica ou elétrica. O que mais chamou atenção da liderança foi sua persistência e curiosidade.
“O BLM, que foi praticamente um mentor, dizia que eu não ‘largava o osso’ até resolver, e isso era uma qualidade essencial para o novo cargo. Foi um desafio, mas meus colegas também me ajudaram muito e hoje adoro o que eu faço”, comemora Cátia. "Resolvi aprimorar os meus conhecimentos estudando MBA GESTÃO ESTRATÉGICA E ECONÔMICA DE NEGÓCIOS, concluído em 2018 (2016-2018). Consultei o José Carlos Lara (BLM) que apoiou a minha iniciativa para os estudos." O objetivo é ampliar a visão de negócio para além do operacional – o que sinaliza novas oportunidades no futuro.
Para ambas, a maior dificuldade ainda é o contato com alguns clientes, que costumam estranhar as figuras femininas nas visitas técnicas. Mas, depois que o atendimento começa, elas rapidamente conquistam a confiança e provam que sabem exatamente o que estão fazendo.
O futuro é todo delas – mas a luta tem que continuar.
Para mulheres que desejam trilhar o mesmo caminho, Viviane reforça o quanto é importante acreditar que as boas oportunidades estão à disposição, ainda que limitadas.
“Infelizmente, a maioria das empresas não é como a Atlas Copco. Em geral, temos que conviver com funções e salários menores. O importante é buscar se sobressair sempre e não desistir”, alerta.
Já Cátia destaca que a Atlas Copco é a prova de que vale a pena acreditar na transformação do mercado. “Nos últimos quatro anos aqui consigo observar que o cenário evolui a cada dia, é uma tendência que outras empresas logo não terão como fugir. Então, não existe outra opção senão deixar o medo de lado e lutar pelo nosso espaço, que pode crescer ainda mais”, finaliza.
Diversidade premiada
Em 2021, a Atlas Copco foi vencedora do Prêmio ESG Swedcham na modalidade “Igualdade de Gênero” para empresas com mais de 1.000 funcionários. O objetivo da iniciativa é reconhecer as empresas suecas atuantes no Brasil que estão contribuindo de forma significativa para a transição rumo a uma economia de baixo carbono e para criação de mais espaços de atuação para mulheres no ambiente profissional.